O paranaense Antônio Hashitani, que morreu em combate na Ucrânia na guerra contra a Rússia, tinha 25 anos e lutava como voluntário de um grupo paramilitar. Segundo amigos e familiares, ele sonhava em construir uma escola em uma comunidade pobre na Tanzânia, na África.
Antônio era estudante de medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em Curitiba, mas havia trancado a matrícula no terceiro ano de faculdade para participar de projetos humanitários na África.
A irmã, Franciele Hashitani Gomes de Oliveira, contou que, em uma ida à Tanzânia, o irmão construiu um parque para as crianças. "Ele tinha paixão pelas crianças lá, foi lá pra ajudar", disse.
Nas redes sociais, amigos manifestaram dor, tristeza e admiração pela pessoal de Antônio. Muitos também destacaram que não tiveram tempo para um próximo encontro.
"Antônio não se contentava nunca, queria mais e mais. Faltando pouco tempo pra terminar sua faculdade de medicina, Antônio largou tudo e foi pra África fazer voluntariado. Mas com a sua teimosia, decidiu que precisava ir além então foi pra Ucrânia se voluntariar na guerra. A última imagem foi a última mensagem que recebi dele.
Não, Antônio, não tivemos todo o tempo do mundo e nem nos veremos mais, meu amigo. Porque você não ficou quietinho e entendeu que sua existência bastava pro bem da humanidade? Ontem recebi a notícia da morte do Antônio e como doeu! Eu só posso esperar que você esteja num bom lugar e com a sensação de missão cumprida como dizia. Vá em paz, Antônio Hashitani, postou uma amiga.
A notícia da morte, conforme os familiares, chegou por meio de um telefonema do Itamaraty para a irmã de Antônio na segunda-feira (7). Contudo a morte pode ter ocorrido entre 2 ou 3 de agosto.
O jovem fazia parte da legião internacional, grupos de voluntários estrangeiros que o governo da Ucrânia criou para defender o território do país.
A última missão dele foi quarta-feira (2), perto da cidade de Bakhmut, a aproximadamente 600 quilômetros da capital Kiev.
"Torcia pra que acabasse, pra que ele viesse embora, que ele desistisse. [...] Só ele sabia porque ele estava lá e porque ele quis estar lá. Eu acho uma causa nobre", falou Franciele.
Luta por justiça
Colegas do curitibano contaram que ele não concordava com a invasão russa à Ucrânia e queria ajudar o povo a defender o território.
A região está sendo intensamente bombardeada pelas forças invasoras da Rússia.
Natural de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), Matheus David é advogado e atua como voluntário na Ucrânia. Ele relatou que estava no mesmo batalhão de Antônio durante o ataque que tirou a vida do jovem.
"Três do grupo do Antônio decidiram que não iriam avançar, porque não tinham condições de avançar, estavam sendo constantemente bombardeados pela Rússia. E o Antônio se uniu a um outro grupo e eles foram até uma outra posição e ali eles foram bombardeados", disse.
Fonte(s): https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2023/08/08/quem-era-antonio-hashitani-estudante-de-medicina-que-morreu-em-combate-na-guerra-na-ucrania.ghtml
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