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Polícia cumpre mais de 100 mandados contra suspeitos de traficar drogas do oeste do Paraná

Entorpecentes eram colocados em fundos falsos de caminhões com produtos de frigoríficos para driblar fiscalização. Investigação revela vida
Polícia cumpre mais de 100 mandados contra suspeitos de traficar drogas do oeste do Paraná
PCPR

A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) e o Ministério Público do estado deflagraram nesta terça-feira (8) a operação "Carga Fria" contra suspeitos de distribuir drogas do oeste paranaense para outras regiões do país, como Minas Gerais, Rio de Janeiro e estados do Nordeste.

O grupo é suspeito de usar a compra de bens e imóveis de luxo, principalmente em Balneário Camboriú (SC), para mascarar o dinheiro do tráfico (entenda a seguir).

A ação foi autorizada pelo Juízo Criminal da Comarca de Toledo, no oeste do Paraná. De acordo com as autoridades são cerca de 250 policiais cumprindo mais de cem ordens judiciais.

Também faz parte da operação o afastamento de um policial civil do estado de São Paulo suspeito de integrar o grupo.

Os mandados são cumpridos em Toledo, Pato BragadoEntre Rios do Oeste e Curitiba, no Paraná; em Balneário Camboriú, Camboriú e Içara, em Santa Catarina; e em Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco.

Conforme a polícia, são dez mandados de prisão preventiva e 45 de busca e apreensão. Também foram executadas ordens para bloqueio de contas bancárias e sequestros de imóveis.

Os suspeitos podem responder por organização criminosa, tráfico de drogas e associação ao tráfico e as penas podem chegar a 38 anos de reclusão. Também responderão pelo crime de lavagem de dinheiro, com até dez anos de prisão.

Como a polícia chegou ao grupo

 

Segundo a polícia, as investigações começaram em março após as polícias Civil e Rodoviária Federal apreenderem cerca de duas toneladas de maconha no fundo falso de um caminhão frigorífico. O motorista foi preso naquele dia.

A partir da prisão e da apreensão, a polícia chegou até uma chácara em Toledo onde encontrou um segundo caminhão frigorífico com fundo falso. No veículo foram encontros grande quantidade de munição de fuzil e um bunker sob um chiqueiro de porcos, onde a droga era armazenada.

Segundo a polícia, a distribuição dos entorpecentes era feita em caminhões carregados com cargas frigorificadas, escolhidas pela dificuldade de fiscalização já que o rompimento do lacre pode comprometer o produto.

O caminhão seguia para o carregamento nas empresas com a droga em fundos falsos, fato desconhecido do embarcador. Com as notas fiscais do produto lícito, seguia até o destino.

Ao longo dos quatro meses, as autoridades afirmam que mais de R$ 20 milhões em bens foram sequestrados e aproximadamente R$ 700 mil em bens apreendidos. Os valores bloqueados em contas correntes e os bens apreendidos nesta terça-feira ainda serão contabilizados.

Luxo e ostentação

 

As investigações revelam que o dinheiro fruto do tráfico de drogas era mascarado pela compra aquisição de bens móveis e imóveis - especialmente em Balneário Camboriú - feita em nome de “testas de ferro”.

De acordo com a polícia, os chefes da organização criminosa ostentavam uma vida de luxo, com apartamentos e casas milionários, viagens para destinos "caríssimos", carros luxuosos, veículos aquáticos.

Entre os alvos da busca no litoral catarinense está uma empresa de investimentos e uma corretora de imóveis que, segundo divulgado nas redes sociais, é especializada em "imóveis luxuosos das maiores e melhores grifes das construtoras".

Fonte(s): https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2023/08/08/operacao-crime-trafico-de-drogas-pr.ghtml

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