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Gotas 'de ouro' que salvam vidas: conheça histórias de mães que doam leite humano para sal

Mães e especialistas falam sobre desafios da amamentação e importância de rede de apoio.
Gotas 'de ouro' que salvam vidas: conheça histórias de mães que doam leite humano para sal
: Arquivo pessoal

Mães e especialistas falam sobre desafios da amamentação e importância de rede de apoio. No Paraná, 16 mil bebês foram beneficiados com doaçNo Paraná, mães em fase da amamentação têm incluído na rotina uma atitude que pode salvar vidas: elas doam leite materno para bebês em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) neonatais do Paraná.

Neste domingo (12), Dia das Mães, o g1 reúne algumas histórias dessas mulheres e também de mães que veem os filhos e filhas serem beneficiados com as doações.

Dados do Ministério da Saúde mostram que 225,7 mil recém-nascidos foram beneficiados com doações de 253 mil litros de leite no Brasil em 2023, cerca de 8% a mais que em 2022. No Paraná, foram 16 mil bebês beneficiados com cerca de 25 mil litros de leite no ano passado.

Apesar do aumento, o valor representa somente 55% da real necessidade por leite humano no país.

Por isso, mães como a bióloga Maria Angélica Gonçalves Toscan, moradora de Foz do Iguaçu, no oeste do estado, têm doado leite e incentivado outras mães a doarem.

 

"Nos primeiros dias [após nascimento da bebê] por ter muito leite, eu fui jogando fora. Mas entrei em contato com o banco de leite. Na primeira vez fui levar documento e aí eu já peguei os frascos, eles já vêm estéreis, já vem com uma touquinha com etiqueta, aí você abre o frasco e põe dentro o leitinho", contou.

 

Segundo o Ministério da Saúde, a amamentação é a forma de proteção mais econômica e eficaz para redução da morbimortalidade infantil". Segundo a pasta, o ato também diminui, por exemplo, a chance infecções pós-parto, uma das principais causas de morte de recém-nascidos.

A amamentação também que é capaz de diminuir em até 13% a morte de crianças menores de 5 anos em todo o mundo. Além disso, traz diversos benefícios também a mulher, como a redução das chances de desenvolver câncer de mama e de ovário, de acordo com o Ministério da Saúde.

 

Cada gota de leite 'vale ouro'

 

Por entender os benefícios da amamentação, a enfermeira e coordenadora do Banco de Leite Humano do Hospital Universitário Evangélico Makenzie (UEM) em Curitiba, Ana Lúcia dos Anjos Lima da Silva, afirma que cada gota de leite doado "vale ouro".

Ana Lúcia (1ª mulher agachada da direta para esquerda) com colegas do banco de leite e doaras — Foto: Arquivo pessoal

Ana Lúcia (1ª mulher agachada da direta para esquerda) com colegas do banco de leite e doaras — Foto: Arquivo pessoal

De acordo com a enfermeira, para ser uma doadora, basta ligar nas unidades disponíveis para receber as instruções.

Qualquer mulher pode ser doadora, desde que esteja saudável e sem nenhuma doença. Em todo o Paraná, são 14 bancos de leite e 18 pontos de coleta.

 

"Cada gotinha de leite vale ouro. Então é muito importante que mulheres que estejam com bebê dela sendo amamentado e está sobrando, que ela entre em contato com o banco de leite mais próximo da sua residência e se informe sobre como ela se tornar doadora", afirmou a coordenadora.
Larissa, mãe de bebê internada em UTI faz apelo para que mais mulheres doem leite aos bancos — Foto: Reprodução g1 PR

Larissa, mãe de bebê internada em UTI faz apelo para que mais mulheres doem leite aos bancos — Foto: Reprodução g1 PR

Para Larissa dos Santos Elias, 30 anos, a doação de leite materno significa esperança. Ela está há um mês no Hospital Universitário Evangélico Makenzie com a filha, que nasceu prematura, com 24 semanas.

Por conta disso, a amamentação se tornou difícil.

 

“Quando ela foi liberada para tomar o leitinho, a doação foi fundamental para o crescimento dela, para o desenvolvimento. [...] Foi o leitinho assim que fortaleceu o intestino dela. Eu agradeço as mães que fazem esse trabalho, porque quem tem filhos prematuros, é bem difícil o psicológico. A gente realmente não consegue amamentar."

 

Isabel Tondini também está com a filha, de apenas três semanas, internada na UTI neonatal do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu. O bebê teve um quadro de bronquiolite.

Larissa dos Santos recebe doação de banco de leita para alimentar filha internada em UTI — Foto: Arquivo pessoal

Larissa dos Santos recebe doação de banco de leita para alimentar filha internada em UTI — Foto: Arquivo pessoal

A pequena é alérgica aos leites de fórmula, por isso, o leite doado se tornou imprescindível.

“Quero agradecer a todas as mães que já doam, que puderam ajudar na alimentação da minha bebê. [...] Peço para aquelas que ainda não doam que assim como a minha filha precisa, muitos outros bebês aqui na UTI precisam de leite humano. Assim que eu tiver leite suficiente para a minha bebê, eu também vou fazer essa doação."

 

Rede de apoio

 

A Organização Mundial da Saúde recomenda que bebês sejam amamentados exclusivamente com leite materno até os seis meses de vida e, após esse período, com a introdução alimentar, que o aleitamento seja mantido até os dois anos de idade ou mais.

Para isso se tornar possível, a enfermeira Ana Lúcia afirma que é imprescindível a orientação sobre o modo correto do ato, além do incentivo e suporte da chamada "rede de apoio", que pode ser formada por amigos, vizinhos e até por empresas, quando as mães saem da licença maternidade.

 

"A amamentação, diferentemente do que muitas pessoas pensam quando veem aquela foto bonita, do bebê ali mamando, aquela mãe feliz, não imaginam que essa amamentação é um grande desafio, não é uma tarefa fácil. Ela [mãe] precisa ter rede de apoio", diz a profissional.

 

Maria Angélica é doadora de leite e segurando a filha Melissa conta sobre importância da rede de apoio — Foto: Reprodução g1 PR

Maria Angélica é doadora de leite e segurando a filha Melissa conta sobre importância da rede de apoio — Foto: Reprodução g1 PR

Sobre esse apoio, a bióloga Maria Angélica, doadora de leite em Foz do Iguaçu, conta que o desejo pela amamentação surgiu antes mesmo da gestação. por isso, ela e o marido passaram a trilhar uma jornada em busca de informação para que ambos pudessem participar do processo.

"Eu sempre falo, para minhas pacientes seguirem uma busca por uma consultora e também o quanto o pai contribui pra esse processo [...] Meu marido chegava a dar comida na minha boca, quando ela nasceu, enquanto eu estava amamentando", relembra a mãe.

"Então, sem essa rede de apoio eu não consigo nem imaginar como é que seria assim. Acho que seria quase impossível [...] A gente brinca que a gente é uma equipe."

Para ampliar a doação de leite, o Ministério da Saúde lançou a campanha nacional 'Doe leite materno: vida em cada gota recebida'. A meta para 2024, segundo a pasta, é ampliar mais 5% a oferta de leite materno para recém-nascidos internados nas unidades neonatais do país.

Fonte(s): https://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2024/05/12/gotas-de-ouro-que-salvam-vidas-conheca-historias-de-maes-que-doam-leite-humano-para-salvar-bebes-em-utis-do-parana.ghtml

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